Até pouco tempo atrás, pensávamos que Matt Groening tinha se recuperado
completamente de seja lá o que estava o fazendo agir tão estranhamente
durante o incidente do Dead Bart
que afetou sua vida pessoal desde então. Depoimentos recentes do
funcionário que encontrou o vídeo do Dead Bart, no entanto, indicam que
Matt Groening passou por um incidente similar, há dez anos.
No verão de 1999, o Futurama havia acabado de estrear. Matt estava
trabalhando em duas séries e já começava a mostrar sinais de estresse,
quando anunciou que estava trabalhando em outro episódio que seria 100%
de sua autoria. Isso assustou alguns membros da equipe de ambas as
séries, mas equipe de Futurama não viu nenhum motivo para rejeitar a
ideia de Matt. Então uma versão inicial do episódio foi produzida e o
funcionário que encontrou o Dead Bart conseguiu fazer uma cópia desta
também, o episódio se chamava "Not Long Enough" em português "Não há tempo suficiente".
O episódio começava com Fry, Leela e Bender fazendo uma entrega para a
Planet Express. Ninguém revelou exatamente o que eles estavam entregando
ou aonde estavam indo, e todo mundo parecia bem chateado por causa de
algum evento sem explicação que acontecera recentemente. Leela e Bender
estavam com raiva de Fry, que ficava se desculpando, mas era friamente
rejeitado pelos amigos.
Eles acabaram chegando a um planeta que parecia possuir apenas casas
rodeadas por campos vazios e desolados por todos os lados. Eles bateram
em uma porta e um alienígena grotesco que parecia ser bem velho os
atendeu. Ele pegou a encomenda sem dizer uma palavra. Abriu-a, tirou
dela uma faca, e então se esfaqueou.
A tripulação da Planet Express não pareceu achar isso estranho ou
chocante; eles simplesmente deixaram o corpo no chão e voltaram em
silencio à nave. A próxima cena mostrava a nave da Planet Express
vagando no espaço. Uma música dissonante feita por instrumentos
extremamente agudos tocando em um passo muito lento tocava no plano de
fundo enquanto a nave vagava por um negro e vazio espaço.
Eles finalmente chegaram à Terra onde aterrissaram em uma Nova Nova York
deserta. Fry começou a se desculpar novamente enquanto os três andavam
pelas ruas vazias (não havia sinal do prédio da Planet Express), mas
Leela e Bender olharam-no em silêncio. Fry desistiu e se separou de seus
amigos. Ele andou por um bom tempo, sem nunca encontrar uma única
pessoa.
Chegou então ao edifício de criogenia onde foi congelado, olhou o
interior, e começou a chorar. O choro continuou por alguns minutos antes
que ele entrasse no prédio. Fry entrou em um dos tubos, ajustou o timer
em um número gigantesco com mais zeros do que eu podia contar, e nele
se trancou. A tela escureceu e quando voltou, a imagem estava
inteiramente em Fry. A máquina deve ter parado de funcionar
parcialmente, pois partes de Fry estavam decaindo; ossos estavam
atravessando sua pele em vários lugares. Fry murmurou, "é o que eu
mereço", e saiu do dispositivo criogênico.
Ele se encontrava em um lugar surreal, indescritível. Nele havia uma
grande variedade de formas e cores, mas não era nada claro ou
fantástico. Era como as cores que você enxerga quando fecha os olhos com
muita força. Fry começou a andar, o vazio surreal em que ele estava
continuava indefinidamente. Continuou a andar por alguns minutos. As
cores continuavam a criar formas até que discerníveis, mas nenhuma delas
era agradável de se olhar. Após sua longa caminhada, Fry encontrou uma
fotografia no chão. Esta estava em um contexto completamente diferente
deste ambiente; parecia algo desenhado no estilo comum de Futurama. Era
um foto dele, Leela e Bender. Fry a olhou por alguns segundos antes de
começar a chorar novamente. Logo, a fotografia se tornou pó e Fry
continuou a vagar.
A imagem foi se distanciando até que Fry não pudesse mais ser visto e
todas as cores se misturassem em negro. A imagem continuou a se
distanciar e vimos que o negro era apenas um minúsculo fragmento da
pupila de um de seus olhos. Seu corpo congelado caiu da unidade
criogênica e ficou parado em uma sala abandonada.
Bender e Leela entraram no aposento. Eles viram o que Fry fez consigo
mesmo e Leela disse, "ele teve o que mereceu". Então olhou em seu
relógio e falou que estava na hora de sua próxima entrega – tirou uma
faca de seu bolso, colocou-a em uma caixa de papelão e foi até a nave.
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