quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Creepypastas #4-Trens

Se você esperar em qualquer estação de trem, em qualquer data específica (tendo sido esses dois marcados por você mesmo com 1 mês de antecedência), após algumas horas de espera aparecerá um trem que não estará dentro do horário, sem nenhum ponto final ou estação demarcada. O exterior será igual aos trens que você vê na determinada estação, mas quando entrar nele, verá um interior antiquado, muito bem decorado e agradável. Algo como primeira classe de trens a vapor dos anos 30.

Escolha um assento e aproveite a viagem. O motor a vapor é maravilhoso, os assentos são confortáveis, a decoração é exótica, lindas janelas e elegantes seleções de cores.

A tripulação é refinada e muito apreciável. Os cobradores conversam com você. De meia em meia hora, um garçom vem lhe oferecer os mais selecionados pratos.

A paisagem do lado de fora é estonteante. Lagos e montanhas, florestas profundas e praias cristalinas. Não tente reconhecer nada. Nenhuma árvore ou grão de areia corresponde a algo da geografia conhecida.

Você não está sozinho. O trem está cheio de passageiros. Alguns vestidos como você, outro em roupas cerimoniais de civilizações estrangeiras, poucos vestido com muita elegância e muitos com roupas luxosas de no mínimo um século e meio atrás. Outros usam roupas que você nunca teria visto ou nunca imaginado, de cores que você nunca viu, o que pode lhe parecer totalmente enlouquecedor, e eles carregam coisas - eletrônicos, acessórios, gadjets?- que você nunca imaginaria.

Quando o trem chega na quarta parada (isso leva muitas horas), saia dele. Se você desembarcar antes, desaparecerá. Se você voltar - e alguns conseguem - você falará uma língua diferente, uma completamente desconhecida em nosso mundo. Você entrará em pânico e enlouquecerá em dias. Não comerá, não dormirá e só desejará o mundo que deixou para trás até a sua morte.

Se você descer depois da quarta parada?

Ninguém sabe.

Mas sabe-se que de tempos em tempos um corpo desmembrado é encontrado nos trilhos perto das plataformas de desembarque. Geralmente são só massas de carne em putrefação, vagamente reconhecidos como humanos. Apesar do absurdo do estado de decomposição que levaria muito tempo, eles aparecem bem rapidamente, em um piscar de olhos, muitas vezes.

Muitas vítimas ficam sem identificação por não mostrarem nenhum sinal que possa ser usado para reconhece-los. Os identificados, entretanto, estavam cobertos por passagens de trens aos seus corpos, datados para viagens de dias, semanas, até meses e as vezes anos.

Dirão que foram suicidas ou pessoas que caiam acidentalmente nos trilhos.

Mas você sabe a verdade.

Episódios Perdidos #9-Mickey Mouse e o Espelho Mágico

O ano era 1998. Eu estava revirando o sótão num sábado de manhã, enquanto meus pais iam fazer as compras do mês, quando me deparei com uma caixa de "fitas antigas". Curiosamente, eu abri a caixa para encontrar um monte de velhas fitas de VHS gravadas com diferentes programas e filmes. Porem, somente a fita do da pilha chamou minha atenção por causa do rosto familiar: Ela se chamava "Mickey e o Espelho Mágico". Na capa estava Mickey Mouse com Donald, Pateta e Bafo. Havia algo de diferente sobre suas expressões faciais da capa. Donald tinha um olhar muito deprimido e estava sentado no chão segurando as próprias pernas, Pateta estava no topo do barco de Pete e tinha um olhar muito irritado, com o punho no ar e um de seus sapatos faltando, e Pete estava pendurado do lado de fora do barco com suas duas mãos nos trilhos tentando se levantar, e seu rosto estava com um olhar muito deprimido.

Mas apesar de tudo isso, Mickey foi quem realmente chamou minha atenção. Ele estava sentado sobre uma pilha de feno com um sorriso maligno no rosto. Um pé estava do lado de fora na parte de trás do feno, e Mickey estava segurando um grande garfo com algo pingando dele (Lembre-se que eu era mais jovem quando isso aconteceu e que tudo era em preto e branco, tanto a capa quanto o filme, então não fazia idéia do que poderia ser). Eu realmente queria assisti-lo, então fechei a caixa, corri para o porão, coloque a fita no videocassete e esperei ela começar.

Por cerca de dois minutos o episódio fica com uma tela preta com sons de ondas ressurgindo, então uma imagem de Mickey aparece na tela, e eu nunca havia visto aquela imagem antes: ele estava de braços cruzados no meio de uma caveira e ossos cruzados com um sorriso no rosto. Em seguida, ela desapareceu e a tela de título finalmente surgira. Começou como um bom dia, com o barco do Bafo sendo puxado por ele para o porto, e Bafo estava muito nervoso. Pateta vem correndo do celeiro e começa a gritar com Bafo sem nenhuma razão, e Bafo simplesmente empurra-o para fora do caminho, fazendo com que o Pateta caísse na água. O vídeo distorce por uns 2 segundos e mostra Pateta saindo correndo do celeiro novamente. Só que desta vez, quando ele corre para o Bafo, ele o agarra e chicoteia-o para a parede do celeiro, fazendo com que uma pilha de feno caísse do telhado, prendendo Bafo. Pateta caminha até ele e a câmera dá um close-up no rosto de Pateta, que demonstra uma expressão perturbadora de ódio (Eu nunca havia visto ele daquele jeito antes). Quando ele chega até o monte de feno, a tela fica preta por alguns segundos.

Em seguida, aparece um texto dizendo "10 minutos atrás" e a tela muda para o Mickey em uma colina com o Pateta e Donald olhando para um espelho. Todos os três estão com uma expressão de medo em seus rostos. Mickey chega perto do espelho, e um raio atinge o vidro estilhaçando-o em direção a todos os três. Mickey e Pateta ficam bem, mas Donald começa a cambalear para trás até cair da colina. O vídeo distorce novamente e você ouve uma risada. A tela mostra o espelho quebrado novamente, e você vê os cacos de vidro que se quebraram do espelho brilharem fortemente em um preto muito escuro, e em seguida, voltarem ao normal.

Mickey olha em volta e vê o Pateta descendo a montanha correndo. Em seguida Mickey olha de volta para o espelho, mas quando o faz, uma mão muito grande o agarra e puxa-o para dentro, e alguns segundos depois, sai de lá uma versão mais macabra e destruída do Mickey. Sua roupa é mais rasgada e ele é quase uma fera, com olhos esbugalhados e dentes afiados. A tela muda para mostrar Pateta, que ainda está correndo morro abaixo, e acaba tropeçando em uma pedra caindo em direção a cidade. Agora você o vê todo cortado e sangrando. Em seguida ele é arrastado por alguém, mas você não consegue ver quem é. A cena muda para mostrar o interior do celeiro, onde se encontram o Mickey Macabro e o espelho. Quando ele pula em frente ao espelho, uma luz brilhante revela uma figura encapuzada: Era uma versão mais macabra de Donald, e logo em seguida, a versão macabra do Pateta sai do espelho. Todos os três começam a caminhar em círculo e a tela começa a ficar em estático aos poucos, e pouco depois, tudo que você pode ouvir são sussurros baixos e passos por cerca de cinco minutos.

Em seguida, a tela mostra as palavras "15 minutos depois", e mostra o Pateta coberto por um liquido escuro pingando, espalhado por todo o lugar. Mickey e Donald queimam o barco com uma tocha, e todos os três caminham até o meio da área. Todos olham intensamente para a tela como se estivessem me observando e começam a caminhar em direção à mim. Enquanto caminhavam, seus olhos ficavam cada vez maiores e mais penetrantes, até que sem explicações as garras e o bico de Donald caem, mostrando apenas seus dentes e muita espuma. O zumbido volta, mas desta vez era muito mais alto, e você podia ver a cidade queimando no fundo da tela. Um túmulo também estava atrás deles, e havia um nome cravado nele: “JOÃO BAFO-DE-ONÇA”. A tela tremeu um pouco até que de repente o tumulo explode em chamas, e uma mão negra sai de dentro.

Eu pulei de minha cadeira e empurrei a TV pra fora do armário, fazendo com que ela quebrasse e parasse o vídeo pouco antes dos personagens chegarem à tela, mas o zumbido estava tocando em minha mente pelo resto daquele dia. Peguei a fita e todas as outras na caixa e queimei tudo que para que não fosse obrigado a terminar assistir aquela ou as demais fitas. A ultima coisa que lembro ter visto antes de queimar as fitas era a capa do vídeo de Mickey Mouse. Ela estava diferente desta vez: Mostrava uma foto dos personagens macabros caminhando em minha direção.

Nunca mais conseguirei esquecer seus sorrisos e expressões macabras olhando fixadamente para mim... Aquela visão invade meus sonhos até hoje, e meus pais e amigos nunca acreditaram sempre que falava sobre minha experiência pra eles. Infelizmente, não há mais jeito de provar o contrario, mas de certa forma, estou feliz que aquela coisa esteja destruída agora.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Creepypastas Clássicas #15-Ticci Toby (Tique Toby)


Parece que há um longo caminho adiante, até chegar em casa. A estrada parece que não para de se estender a frente do veículo. A luz do farol do carro brilha através dos ramos das altas árvores verdes, e de vez em quando, ofensivamente refletindo a luz em seus olhos. 

O ambiente estava cheio de árvores verdes profundas, formando uma floresta em torno da estrada. O único som era do motor do carro. Um som tranquilo que deixava um sentimento sereno.
Embora o passeio parecia estar indo bem, os dois passageiros estavam com um pouco de medo.
A mulher de meia-idade atrás do volante tinha o cabelo curto e castanho que combinam perfeitamente com seu rosto. Ela usava uma camiseta verde de gola no formato V e uma calça masculina. Brincos de diamantes decorado em cada uma de suas orelhas, que estavam bem discretos por causa do seu corte de cabelo que os cobriam. Ela tinha os olhos profundamente verdes da mesma intensidade de sua camisa, e a iluminação parecia torná-los mais visíveis. Embora ela estivesse sempre sorrindo, sua expressão facial era sombria e triste.

De vez em quando ela olha pelo espelho retrovisor para certificar seu filho no banco de trás, que estava parcialmente debruçado sobre seus próprios braços, e sua cabeça encostada contra a janela fria.

O menino não tinha uma aparência normal, qualquer um a primeira vista poderia notar que ele tem algo suavemente errado. Seu cabelo castanho bagunçado para todos os lados, e sua pele pálida, quase cinza. Muito diferente de sua mãe, seus olhos eram escuros, e ele usava uma camisa longa e branca que o hospital onde ele estava fornecei pra ele. As roupas que ele estava usando antes, estavam muito rasgadas e com várias manchas sangue, essa roupa realmente não poderia ser mais usadas.
No lado direito de seu rosto é possível ver alguns cortes juntamente a divisão de suas sobrancelhas. Seu braço direito estava enfaixado do pulso ao ombro, devido a estilhaços de vidros que atingiu seu braço.

Seus ferimentos pareciam ser doloroso, quando na verdade ele não conseguia sentir nada. Ele nunca pode sentir nada. Essa é apenas uma das glórias sobre ele. Quando pequeno ele sofreu de uma rara doença que o levou a ser completamente insensível diante da dor. Ele nunca sequer chorou com algum machucado. Ele poderia ter perdido um braço e que não sentiria nada. Pode até parecer legal, mas devido a isso ele sofria transtorno psicológico, ele recebeu vários apelidos insultantes em curto espaço de tempo quando ele frequentava o primário, antes dele ser transferido para a um centro de tratamento devido a sua síndrome de Tourette, que levava ele a ter tique nervosos de maneira que ele não podia controlar. Ele iria acabar quebrando seu próprio pescoço se continuasse se contorcendo incontrolavelmente com esses tique nervosos. As crianças que o provocavam chamando ele de Tique-Toby zombando dos seus espasmos exagerados. Então ele também começou a ter aulas particulares. Era muito difícil para ele estar em um ambiente de aprendizagem normal com crianças o perturbando.

Toby olhou fixamente para fora da janela do carro, seu rosto estava inexpressivo.
Toby Rogers era o nome do menino. E a última vez Toby se lembrava de ter andado de carro, foi quando aconteceu um acidente horrível.

Ele não se lembra de muita coisa. Inconscientemente as mesmas cenas se repetia na sua mente antes de desmaiar outra vez. Toby tinha sido o sortudo, enquanto sua irmã, ela não teve tanta sorte. Quando ele começou a pensar em sua irmã mais velha, e que ele não podia voltar no tempo para ajudá-la, seus olhos começam a lacrimejar. As memórias horríveis repetia em sua mente. As memorias dele abrindo seus olhos e vendo sua irmã gritando de dor, seu corpo meio esmagada pelo carro, Toby estava pressionado contra o Air Bag do carro, sua testa perfurada de cacos de vidros e suas pernas e quadris imóveis.

Esta foi a última coisa que ele se lembrava de sua irmã mais velha querida.
O caminho para casa continuou parecendo durar uma eternidade. A viagem estava demorando por que sua mãe estava fazendo um caminho diferente para evitar passar na estrada onde aconteceu aquele acidente.

Finalmente o carro chegou no bairro de sua casa, e ambos estavam mais do que pronto para sair do carro e voltar para sua própria casa.

Era um bairro mais antigo, com casinhas pitorescas, todas próximas umas das outras.
 O carro passou em frente a uma pequena casa azul, com vidros das janelas brancas.
Ambos rapidamente reconheceram o veículo velho que estava estacionado na frente daquela casa, também reconheceram o homem que estava parado na porta. 

 Toby sentiu raiva e frustração automática ao reconhecer seu pai. Seu pai, que não estava nos momentos que ele mais precisava.
Sua mãe estacionou o carro na garagem ao lado da casa, ela desligou o motor e se preparava para sair do carro e enfrentar o marido.

- Por que ele está aqui? - Toby disse calmamente enquanto ele olhava para sua mãe, que chegou a abrir a porta do carro.
- Ele é seu pai Toby, ele está aqui porque quer te ver - Sua mãe respondeu com uma voz monótona.
- Porque ele quer me ver? Porque ele não foi me ver no hospital? Porque ele não foi ver minha irmã Lyra antes de morrer -  Toby estreitou os olhos para fora da janela.
- Ele estava bêbado naquela noite querido, ele não podia dirigir –
- Ah Sim, ele está sempre bêbado! - Toby abriu a porta antes de sua mãe e saiu cambaleando na calçada, Toby entrou na casa ignorando seu pai que estava de cabeça baixa, seu pais estava com uma expressão triste, se sentindo culpado com o que aconteceu.
Seu pai abriu os braços, esperando um abraço de sua esposa, mas ela também o ignorou, passando reto pra dentro da casa apoiando seu filho para que ele pudesse caminhar sem cambalear.
 - Connie - o marido começou a dizer com uma voz rouca: "Eu não ganho nenhum abraço de boas-vindas né?"

Ela ignorou as palavras desagradáveis do seu marido e continuo caminhado com seu filho apoiado em seus braços.
- Ei, ele já tem 16 anos ele já sabe andar sozinho", disse o pai, seguindo eles dentro de casa.
- Ele tem 17 anos – Disse sua esposa Connie - Toby, por que não vai para seu quarto descansar um pouco? Quando o jantar estiver pronto eu levo pra você.
- Não, eu já tenho 16 anos e eu posso sozinho mãe - disse Toby, sarcasticamente, olhando revoltado para seu pai, ele subiu as escadas para seu quarto, onde ele bateu a porta com violência.

Seu pequeno quarto não tinha muita coisa nele. Apenas uma pequena cama, uma cômoda, uma janela e nas paredes tinham algumas fotos emolduradas de sua família, quando eles ainda eram uma família, antes que seu pai se tornasse alcoólatra e começasse a agir com violência para o resto de sua família. Toby se lembrou de quando ele estava discutindo com sua mãe e ele agarrou ela pelos cabelos e a empurrou para o chão, e quando sua irmã Lyra tentou segura-lo, ele também empurrou e ela fazendo-a bater as costas para no canto do balcão da cozinha. Toby nunca poderia perdoá-lo pelo que ele fez com sua mãe e irmã. Nunca.

Toby estava perto da janela e olhando para a rua. Ele podia jurar que ele via alguns vultos no canto do olho, mas também pensava que era coisa de sua cabeça depois de ter tomado várias medicações a pouco tempo.

Sua mãe o chamou para descer e jantar, Toby desceu as escadas rapidamente, sentou-se à mesa bem de frente a seu pai, do seu lado esquerdo sua mãe estava sentada e do lado direito uma cadeira vazia a qual antes sua irmã ocupava.

A comida estava servida na mesa, uma maravilhoso banquete, mas Toby se recusou a comer. Ele apenas observava seu pai com um olhar vazio. Ele também encarava Toby e desviava seu olhar para seu prato, que ele ao menos tocou. Então ele se retirou da mesa e voltou para seu quarto.
Toby deitou-se em sua cama, ele puxou as cobertas sobre a cabeça e olhou para janela. Ele estava cansado, mas de maneira alguma ele conseguia dormir. Ele não podia, não havia muito o que pensar. Ele não sabia se deveria fazer como sua mãe e perdoar por suas ações ou continuar guardando rancor com seu ódio fervente.

Ele ouviu o som da porta sendo aberta, sua mãe caminhou para cama dele sentou-se ao lado onde ele estava deitado, ela estendeu a mão e esfregou em suas costas.

- Eu sei que é difícil Toby, mas confie em mim, eu te entendo, mas eu prometo que tudo vai melhorar - disse ela em voz baixa.
- Quando é que ele vai embora? - Toby disse com um tom inocente em sua voz trêmula.
Connie abaixou a cabeça e respondeu.
- Eu não sei querido, ele vai ficar conosco, até quando eu não sei.

Toby não respondeu. Ele apenas continuou a olhar para a frente para a parede, segurando seu braço danificado perto de seu peito.

Depois de alguns minutos de silêncio, sua mãe suspirou, inclinou-se para dar um beijo em seu rosto e se levantou, enquanto fechava a porta ela disse

- Boa noite querido.

 As horas passavam lentamente, e Toby não conseguia parar se mexer e revirar pela cama. Toda vez que ele estava pegando no sono, ele ouvia o barulho de pneus, os gritos de sua irmã, e ele incontrolavelmente se contorcia na cama de agonia.

 Então ele jogou pra fora da cama as cobertas e virou seu rosto para baixo contra o travesseiro. Ele sentia seu peito se enchendo com a força que seu diafragma fazia enquanto ele chorava. Ele ouvia seu próprio choro. Ele pressionou ainda mais seu rosto enquanto gritava lamentando tudo que estava acontecendo.

Após alguns segundos, ele jogou o travesseiro pra fora da cama também e sentou-se, curvado, segurando a cabeça, com lágrimas escorrendo de seus olhos.
Ele não conseguia parar de chorar. Ele tentou se acalmar, mas ele não conseguia parar de tremer, se lamentar e choramingar. Então ele se levantou caminhando para janela do seu quarto, respirando fundo tentando se acalmar.

 Ele esfregou os olhos e olhou para os altos pinheiros em frente. De repente ele parou de chorar, quando ele viu que algo que estava sob um poste de luz na rua. Ele ouvia um zumbido nos ouvidos e ele não conseguia desviar o olhar.

 A figura estava ao lado do poste de luz na rua, cerca de 2 metros ou até mais, dois braços longos e algumas espécies de tentáculos em suas costas, aquela figura estava olhando para Toby, mesmo que aquilo não tinha olhos. A figura não tinha as características normais em seu rosto. Sem olhos, sem boca, sem nariz, ainda sim Toby ficou meio que hipnotizado olhando sem piscar para ele. O zumbido nos ouvidos ficou mais alto e mais alto a medida que aquela coisa se aproximava, então tudo foi ficou escuro.

Na manhã seguinte, Toby acordou em sua cama. Ele se sentia estranho, ele ainda estava muito cansado, parecia que ele estava deitado ali, acordado por horas. Ele não tinha pensamentos sólidos fluindo por sua mente. Ele se sentou lentamente e tropeçou contra a parede quando tentou se levantar, ele estava muito tonto. Ele cambaleou até a porta e desceu as escadas. Seus pais estavam sentados à mesa, seu pai prestava atenção na pequena televisão em cima do balcão, e sua mãe lia o jornal. Ela rapidamente percebeu a presença de Toby se aproximando dela.

- Bom dia dorminhoco, pelo jeito você dormiu tarde de novo. – Disse ela com um grande sorriso no rosto.
Toby lentamente olhou para o relógio e percebeu que já eram 12:30
- Eu preparei seu café da manhã, mas como você não acordou cedo, ele já esfriou, eu até ia te acordar, mas vi que você precisava dormir - a expressão de felicidade saiu do seu rosto quando ela perguntou a Toby. - Você está bem?

Toby caminhou até seu pai. Ele se sentiu como se estivesse sendo controlado, ele não tinha controle sobre suas ações. Ele só conseguia olhar, enquanto seu corpo agia involuntariamente. Ele abriu os braços como se fosse abraçar seu pai, mas seu pai ergueu as mãos empurrando ele contra a parede.
- Não me toque menino! " Gritou ele.
Sua mãe se levantou e gritou
- Não encoste no meu filho! Saia dessa casa! A última coisa que precisamos é de você por perto!
O pai dele saiu, mas voltou mais tarde naquele dia, como se nada tivesse acontecido.
Os dias se passaram, e as coisas continuaram da mesma forma. Connie passava a maior parte de seu tempo a limpeza da casa, e seu grosseiro marido só resmungava por tudo, todo dia eles discutiam. Era exatamente como costumava ser antes do acidente.
Toby evitava sair do seu quarto. Sentava-se ao lado da cama estremecendo. Só saia de lá quando sua mente o lembrava de comer. Ele ficava andando pelo seu quarto como um animal enjaulado parava um pouco e olhava pela janela. Este ciclo se repetia continuamente.
Connie era agredida várias vezes por seu marido, sendo muito submissa a ele, enquanto Toby ficava em seu quarto.

 Em uma dessas tardes, Toby teve mas uns de seus tique nervosos, e sem pesar direito ele começou a mastigar suas mãos, rasgando a carne de seus dedos. Ele iria roer suas mãos até sangrarem. Nesse momento sua mãe entrou no quarto e viu essa cena horrível, a primeiro momento ela não sabia o que fazer. Então ela desceu as escadas e pegou o kit de primeiros socorros e enfaixou seu braço. Nesse momento ela prometeu a si mesma que não deixaria ele sozinho novamente.
Então ele se isolou novamente em seu quarto e passou a odiar todas pessoas que tentavam se aproximar dele. Sua memória começou a ser afetada. Ele não se lembrava de coisas que havia acontecido há alguns segundos, minutos, horas, dias e assim por diante. Ele também começou a falar um monte de bobagens, sobre coisas completamente absurdas. Ele dizia ver coisas, disse haver tubarões em sua na pia enquanto lavava os pratos, ouvia grilos em seus travesseiros, e via fantasmas do lado de fora da janela do seu quarto. 

 Sua mãe ficou muito preocupada com sua saúde mental, ela decidiu que seria bom leva-lo para falar com um profissional sobre o que ele estava sentindo.

Connie e Toby entraram no edifício, segurando sua mão ela guio seu filho até a recepção.
 -Sra. Rogers? - A moça atrás do balcão perguntou.
- Sim, sou eu - Connie balançou a cabeça - Estamos aqui para ver o doutor Oliver, eu estou aqui com Toby Rogers.
- Sim, por aqui – Disse a atendente levantando-se e acompanhado Connie e Toby para um longo corredor. Toby olhava para a obras de arte emolduradas pelos corredores e em sintonia com o som dos saltos altos da senhora no chão de madeira dura. Ela abriu a porta para uma sala com uma mesa e duas cadeiras.
- Podem se sentar e ficar à vontade, vou chamar a Dr. Oliver - Ela sorriu e segurou a porta aberta.
Toby caminhou na sala e sentou-se à mesa. Ele olhou para sua mãe e para moça do balcão antes dela fechar a porta lentamente.
 Ele estava agoniado com suas mãos firmemente enfaixadas, então começou a morder as ataduras para tentar desembrulhar suas mãos, mas foi interrompido quando a porta se abriu e uma jovem mulher com um longo vestido preto e branco, e grandes cabelos loiros, ela segurava uma prancheta e uma caneta.
 - Você que é o jovem Toby? – perguntou ela com um sorriso.
Toby olhou para ela e balançou a cabeça.
- Prazer em conhecê-lo Toby, meu nome é Doutora Oliver - ela estendeu a mão para cumprimentá-lo, mas percebeu que suas mãos enfaixadas. Então ela puxou uma cadeira, sentando a frente dele.
- Então, vou te fazer algumas perguntas, pode responder com calma, e da forma mais honesta possível, ok? - Ela colocou a prancheta em cima da mesa e Toby acenou com a cabeça.
 - Quantos anos você tem Toby?
- 17 – respondeu ele calmamente.
Ela fez uma pequena anotação na folha e fez a próxima pergunta.
- Qual é seu nome completo?
- Toby Erin Rogers.
- Qual a data do seu aniversário?
- 28 de abril.
- Quem são os membros da sua família atualmente?
 Toby parou por um minuto antes de responder a pergunta.
- Minha mãe, meu pai, e ... M- minha irmã.
- Eu soube o que aconteceu com sua irmã ... Eu realmente sinto muito - a expressão do rosto da Dra. Oliver foi entristecendo, olhando Toby cheio de compaixão.
- Você se lembra de algo antes do acidente? -Toby desviou o olhar para sala. Sua mente ficou em branco por um momento. Ele olhou para seu colo, e em torno, ele começou a ouvir um som fraco. Seus olhos se arregalaram e ele ficou congelado em seu lugar.
-Toby, Toby você está ouvindo? – perguntou Dra. Oliver.
Toby sentiu um arrepio descer pela sua espinha quando ele olhou para fora da pequena janela através da porta, onde ele viu. Aquela mesma figura, olhando para ele. Toby arregalou os olhos, os sons dos ruídos foram aumentando cada vez mais, até que o grito da doutora fez que Toby acordasse desse transe.
-Toby! - Ela gritou.
Toby deu um pulo que até caiu de sua.

Doutora Oliver levantou-se, segurando prancheta contra o peito. Seus olhos expressavam um olhar de surpresa e medo.

Após um tempo, Toby se acalmou, seus olhos relaxaram e sua respiração já não era ofegante.
Naquela noite, Toby deitou em sua cama. Seus olhos se fechavam lentamente enquanto ele pegava no sono. Quando ouviu um som de passos vindo do corredor. Ele se sentou na cama, olhando para porta aberta. Não havia luz, tudo estava sendo iluminado pelo brilho azul luminescente da lua através de sua janela, deixando uma iluminação fria. Ele se levantou e caminhou lentamente em direção à porta, quando se aproximou da porta, ela se fechou bruscamente, batendo a porta em seu rosto. Ele suspirou e caiu para trás. Ele caiu no chão e começou a respirar pesadamente, seus olhos estavam bem abertos. Ele esperou por alguns segundos antes de se levantar. Ele estendeu a mão e agarrou a maçaneta da porta fria com a mão ainda enfaixada então abriu a porta. Ele olhou para o corredor escuro e foi caminhando silenciosamente.

 A janela no final do corredor iluminou a escuridão com a luz da lua azul. Ele podia ouvir os passos farfalhando ao redor dele, e também ouviu um fraco riso, suava como uma criança tinha corrido na frente dele, rindo e correndo por ali. Ele estava caminhando ha algum tempo pelo corredor, quando ele percebeu. Parecia que aquele corredor não havia fim. Ele ouviu um rangido da porta a sua frente.
- M- mamãe - ele disse em voz trêmula.

De repente, a porta atrás dele se fechou ele deu um pulo assustador se virou onde viu que a porta foi fechada. Atrás dele, ele ouviu um gemido estranho e longo que soava como cochichos do lado direito do seu ouvido. Ele se virou tão rápido quanto pode para ficar cara a cara com nada mais que, sua irmã morta.

 Os olhos dela estavam totalmente escuros e sua pele pálida, O lado direito de sua mandíbula estava pendurada no rosto pelo tecido muscular de sua pele, um grande pedaço de vidro estacado em sua testa, e sangue, muito sangue negro escorrendo por seu rosto, seu cabelo loiro amarrado para trás em um rabo de cavalo como sempre foi, ela vestia a mesma roupa que usava no dia do acidente elas estavam manchada de sangue. Ela estava apenas uma polegada de distância do rosto de Toby.

Toby caiu de joelhos no chão e com muito medo começou a engatinhar para trás tentando se afastar dela. Ele arrastou-se para trás até que ele encostou em algo.

Ele parou por um segundo. Tudo estava morto em silêncio, exceto por sua pesada respiração e choro. Ele lentamente olhou para cima para encontrar o rosto branco de uma figura alta que estava em cima dele. Atrás dessa figura alta e escura, havia uma fileira de crianças, crianças de 3 a 10 anos, os olhos delas eram completamente negros e lacrimejavam sangue.

Ele gritou, se levantou tão rápido e começou a correr, mas caiu de joelho quando uma espécie de tentáculos enrolou por seu tornozelo. Caído no chão ele tentava gritar para expressar o seu medo, mas não saia um som de sua boca, ele não conseguia gritar.

Toby acordou desesperado. Ele começou a se acalmar quando percebeu que era apenas um pesadelo. Ele colocou a mão no próprio peito sentindo seu coração. 

 - Foi apenas um sonho .... Apenas um sonho.

Ele se acalmou e voltou a deitar na cama. Era como se um peso enorme estivesse em sua consciência. Ele se levantou e caminhou até sua janela. Ele não viu nada. Ninguém estava lá fora. Nada nem ninguém.

Ele ouviu o farfalhar e tosse de seu pai para fora da porta. Sua porta estava fechada.
Ele se aproximou e abriu-a. Olhando para o corredor mais uma vez. Ele caminhou pelo corredor e entrou na cozinha, onde ele encontrou seu pai em pé e fumando um cigarro em sua sala de estar.
Toby esperou um segundo e observou de todo o canto antes de uma sensação de queimação começar a agir fundo de seu peito.

Ódio, queimação e raiva tomou conta dele. Ele ouviu as pequenas vozes imaginárias em sua cabeça.
 "Acabe com isso, acabe com isso, acabe com isso ". Ele se virou e segurou seus braços. Ele sentiu como se ele realmente tinha o controle sobre si mesmo, ao contrário do que fez nas últimas semanas desde que ele chegou em casa do hospital.

 Na verdade, ele tinha pensamentos claros por apenas alguns momentos antes de sua mente for obscurecida pelas pequenas vozes em sua cabeça.

"Mate ele, ele não estava lá, ele não estava lá, mate ele, mate ele", as vozes continuaram. Toby tremeu. Não. Não, ele não ia fazer isso. Eles estava ficando louco? Não. Ele não vai matar ninguém. Ele não pode. Ele odiava seu pai, mas não odiava a ponto de matá-lo.

A influência das vozes em sua cabeça era demais. Ele começou a caminhar em silêncio atrás de seu pai. Ele estendeu a mão sobre o balcão e pegou a maior faca que estava lá. Ele firme na mão. Ele sentiu a sensação de assumir o seu peito. Ele soltou uma risadinha. "Hehe ... heheh ... hehehehehe ! HAHAHAHA ! ", Ele começou a rir tanto que que chamou a atenção do seu pai. Ele se virou abruptamente antes que dele sentir uma força bruta empurrá-lo para o chão. Ele grunhiu quando ele foi nocauteado. "O quê!", Ele olhou para o menino que estava em cima dele, agarrando a faca de cozinha na mão. "Toby o que você está fazendo!", Toby foi pegar em seu pescoço, mas seu pai estendeu a mão bloqueado a mão agarrando ele pelo pulso.

- Pare! Saia de mim seu filho da mãe - Ele gritou, e com a outra mão ele jogou um soco para fora do centro do ombro de Toby, mas ele não parou. O olhar nos olhos de Toby não era sensato. Era como se um demônio tinha tomado o controle sobre ele.

 Ele gritou de volta e tentou dar uma facada a facada no peito de seu pai, mas novamente foi bloqueado. Seu pai tentava tira-lo de cima dele, mas Toby expôs seus pés na frente dele e conseguiu um duro golpe direto para o seu rosto. Seu pai recuou e puxou seus braços para longe para algemar seu rosto, mas Toby voltou-se e dirigiu a faca diretamente em seu ombro. Seu pai soltou um grande grito e saiu para puxar a faca, mas antes que ele pudesse, Toby jogou seu punho em linha reta em seu rosto.

Ele começou a bater com os punhos em sua cabeça, rindo e respiração ofegante. Ele quebrou o pescoço, pegou a faca e começou a rasgar seu pai arrastando a faca do ombro ao peito e repetidamente esfaqueado em seu torso, o sangue derramando e se espalhado por toda parte. Ele não parou até que o corpo de seu pai parasse de se contorcer.

 Ele jogou a faca para o lado e se inclinou sobre seu corpo, tossiu e respiração ofegante. Ele olhou para o seu rosto, até que um grito alto quebrou o silêncio. Ele olhou para ver sua mãe em pé a poucos metros de distância, cobrindo a boca, lágrimas escorrendo de seus olhos.
-Toby - ela gritou - Por que você fez isso? porquê! Toby se levantou e começou a se afastar de cadáver ensanguentado de seu pai. Ele começou a se voltar para fora da cozinha. Ele olhou para as bandagens encharcadas de sangue em suas mãos e olhou para sua mãe uma última vez antes de ele se virar e correr para fora da casa.

 Ele correu para garagem e bateu a mão contra o painel de controle na parede e apertou o botão para abrir a porta da garagem. Antes ele pegou dois pequenos machados do seu pai, que tinha sido pendurado na prateleira ferramenta acima de uma mesa cheia de frascos, cheio até a borda com velhos pregos enferrujados e parafusos. Um dos machados era novo, tinha uma alça laranja brilhante e uma lâmina brilhante, o outro era velho com um cabo de madeira e uma lâmina cega.
Ele agarrou os dois e olhou para a mesa e seus olhos encontraram uma caixa de fósforos e debaixo da mesa era um tanque de gasolina vermelho. Ele segurou ambos os machados em uma mão e fez uma trilha de gasolina do tanque até a calçada da rua.

 Ao aproximar-se da luz da rua que ele podia ver a sua própria janela do quarto, ouviu as sirenes da polícia para longe. Ele virou-se e as luzes vermelhas e azuis veio correndo pela rua. Toby ficou parado por um segundo, antes que ele abriu a tampa do tanque de gasolina e correu pela rua, derramando gasolina por toda a rua atrás dele e ele se virou para correr para as árvores. Ele derramou a última gota de gasolina enfiou a mão no bolso e tirou um fósforo. Ele bateu contra o caixa e imediatamente deixou cair. Em um instante, as chamas irrompeu em torno dele. O fogo pegou para as árvores e arbustos ao redor dele e antes que ele percebesse, ele também foi cercado pelo fogo. As silhuetas de carros de polícia, era visível através das chamas quando ele recuou para a floresta ao seu redor. Ele olhou ao redor, mas sua visão estava turva, seu coração estava batendo mais forte e ele fechou os olhos por um momento. Era isso. Este foi o fim.

Toby sentiu uma mão em seu ombro. Ele abriu os olhos e olhou para ver uma grande mão branca, com longos dedos ósseos que descansava em seu ombro. Ele seguiu o braço que foi anexado à mão para um vulto escuro imponente. Ele parecia estar vestindo um terno preto escuro, e do rosto estava completamente em branco. Ele elevou-se sobre o corpo pequeno de Toby e olhou para ele. Toby já sabia que era seu fim, ele foi ensurdecido e cercado pelo som de zumbido nos ouvidos. Tudo ficou em branco.

Era isso. Esse foi o fim. E foi assim que Toby Rogers morreu.
 Poucas semanas depois, Connie sentou-se na cozinha de sua irmã. A irmã dela, Lori sentou ao lado dela para beber uma xícara de café.

Cerca de três semanas atrás, Connie perdeu seu marido e seu filho e algumas semanas antes, ela perdeu a filha a um acidente de carro. Desde então, ela foi morar com a irmã. A polícia manteve ela sob vigilância até que tinham acabado de solucionar o caso sobre a história tinha sido lançado há duas semanas e as pessoas começaram a deixar de lado a notícia do assassinato e incêndio e se preocupavam com os novos casos.

Lori ligou o TV no canal de noticiário. Na TV o repórter começou a introduzir o novo título.

"Temos notícias de última hora! Ontem à noite, houve um assassinato relatado por 4 indivíduos. Não há suspeitos ainda, mas as vítimas eram um grupo de crianças da escola secundária que estavam na floresta na noite passada. As crianças tinham sido "espancadas" e esfaqueado até a morte. Os pesquisadores descobriram uma arma na cena do crime que parece ser um velho machado de lâmina maçante, como você pode ver aqui "O retratado alterado para mostrar tiros snap da arma exatamente como ele foi deixado na cena do crime."


Os investigadores tinha puxado o nome de um possível suspeito, Toby Rogers, um menino de 17 anos que há algumas semanas tinha esfaqueado o pai até a morte e tentou encobrir sua fuga através da criação de um incêndio nas ruas e na área de floresta ao redor do bairro. Apesar de terem acreditado o menino tinha morrido no incêndio, os investigadores suspeitam que Rogers ainda pode estar vivo, devido ao fato de que seu corpo nunca foi encontrado."

Fonte:Sigma 

Serial Killers #1-Barbour


 Uma mulher detida na Pensilvânia, nos EUA, afirmou ter matado mais de 20 pessoas em vários estados americanos, informou neste domingo (16) a reportagem de um jornal local. 

Miranda Barbour, de 19 anos, disse ao jornal "The Daily Item" que esfaqueou até a morte sua mais recente vítima, um homem de 42 anos, em novembro passado. 

Ela contou que conheceu sua vítima através do site "Craigslist" e que concordou em fazer sexo com ele por US$ 100, mas depois o matou com a ajuda de seu marido. "Eu me lembro de tudo. É como ver um filme", comentou. 

Barbour e seu marido, Elytte Barbour, foram acusados pelo assassinato do homem e estão presos em locais diferentes. 

A mulher, no entanto, afirma que essa morte é apenas uma de uma série de assassinatos que cometeu ao longo dos anos, do Alasca ao Texas. 

Indagada quantos assassinatos teria cometido, ela começou a fazer uma contagem que chegou aos 22, acrescentando que o número pode ser muito maior. 

A declaração da mulher levou os investigadores nos Estados Unidos a revisar vários assassinatos não resolvidos à procura de possíveis conexões. 

Barbour disse que começou a assassinar aos 13 anos, depois de ter sofrido abusos sexuais quando era criança por parte de um homem que foi membro de uma seita satânica no Alasca.

Teorias dos Games #1-Link Está Morto em Majora's Mask

Uma das teorias que reforçam que Majora’s Mask faz parte de um dos mais melancólicos títulos da série, também defendida por fãs e adoradores da série como visto no site Zelda Informer, baseia-se em que, fundamentalmente, todo o universo e personagens de Termina foram criados a partir de uma hipótese formulada pela psiquiatra suiça Elisabeth Kübler-Ross popularmente conhecida como Os Cinco Estágios da Dor. Em seu livro Sobre a Morte e o Morrer, a doutora registra um fenômeno psicológico que pode ser evidenciado em casos de grande perda emocional, de tragédias ou de luto, como na morte de entes queridos, divórcios matrimoniais e até mesmo doenças terminais. Analisando a atitude de seus paciente, Kübler-Ross pôde identificar cinco estágios emocionais distintos e geralmente ordenados que todo paciente demonstrava ao enfrentar seus problemas: Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação. Esse sistema ficou conhecido como o Modelo de Kübler-Ross e hoje em dia é uma teoria amplamente divulgada e discutida no meio acadêmico.

Não por coincidência, o herói Link passa por uma situação parecida no início deMajora’s Mask e seus desafios subsequentes parecem reafirmar essa teoria ainda mais. Como se quisesse nos convencer do tema de reforma interior e emocional, o jogo traz como temática o uso de máscaras, talvez com o conceito de esconder a sua verdadeira identidade.

Confira como os estágios da teoria de Kübler-Ross se relacionam com as diferentes etapas de Majora’s Mask e o que isso tem a nos dizer sobre as personagens do universo de Termina.

Atenção: este texto possui revelações sobre o enredo (spoilers) de The Legend of Zelda: Majora’s Mask. Leia por sua conta e risco!

A Perda de Link

Logo que se inicia o prólogo de Majora’s Mask, somos introduzidos à história de um garoto que, apesar de salvar Hyrule da destruição e ser taxado como Herói do Tempo, perdeu uma grande amiga, sua companheira de aventuras NaviMajora’s Mask nunca deixa exatamente claro qual foi o destino tomado pela fada que uma vez acompanhara Link, mas a amargurada busca pela colega leva o herói a um caminho sem rumo, talvez até literalmente: Lost Woods, o bosque de caminhos tortuosos e enganadores. É nesse estado desorientado que Link encontra pela primeira vez no jogo Skull Kid, uma figura misteriosa e enigmática que basicamente reflete seu próprio estado de espírito perdido e disforme no momento dessa jornada pessoal.

Apesar de estar em uma "jornada pessoal", Link aparenta muito mais estar perdido, remetendo à falta de direção emocional.
A partir desse ponto, muito pode ser especulado sobre o que realmente acontece com Link. Para alguns fãs, seu acidente com Epona o induziu a um coma no qual conhece seus próprios medos e incertezas; para outros, toda a aventura deMajora’s ilustra o sofrimento dos últimos momentos de Link diante da “morte” representada pela Máscara de Majora para posteriormente, de acordo com Hyrule Historia, ter seus arrependimentos imortalizados na forma do stalfos Hero’s Shade, como visto em Twilight Princess.

A Negação de Clock Town

Apesar de não impor uma ordem absolutamente verdadeira, o Modelo de Kübler-Ross sugere que a primeira fase que o indivíduo passa ao sofrer uma perda pessoal é a fase da negação. Essa fase se carateriza pela recusa da existência ou realidade da dor, e ocorre temporariamente como uma forma de defesa pessoal da psique. Também é conhecido que algumas pessoas podem se tornar dependentes desse sentimento, trancando-se nessa fase por um longo tempo.
Comparando esse estágio ao enredo do jogo, o primeiro lugar que Link se depara ao adentrar às terras de Termina é a cidade de Clock Town. A primeira personagem conhecida, nessa ocasião, é o Happy Mask Saleman, famoso por ter como citação a frase “You've met with a terrible fate, haven't you?” (“Você se deparou com um destino terrível, não?”), que também pode ser uma alusão à morte ou, no mínimo, a uma perda pessoal muito grande.

Fora da torre do relógio, a maior parte dos aldeões de Clock Town parece estar completamente desatenta ao fato de que a gigantesca lua se aproxima da superfície, como se negasse que corre um grande perigo. No coração da cidade, a sede da prefeitura, uma acalorada discussão entre as classes sociais da vila e o prefeito acontece para determinar o próximo passo da cidade, e ela nos dá uma pista de como o comitê de Carnaval, refletindo o primeiro estágio sofrido por Link, pensa: “Você sinceramente crê que a lua irá cair? Os cidadãos confusos estão causando uma tempestade em copo d’água acreditando nessa teoria ridícula!”.

A maioria da população de Clock Town parece negar que uma imensa lua cai sobre Termina, pelo menos nos primeiros momentos.
Mas assim como a natureza transitória da primeira fase, a população começa a repensar a importância dos fatos e a encarar a realidade com o passar dos três dias. Dias que, em primeira instância, devem ser obrigatoriamente atravessados por Link se ele quiser recuperar sua Ocarina do Tempo. Caso contrário, isso o colocaria num novo ciclo de 72 horas que pode ser uma analogia para a dependência e o “trancamento” que algumas pessoas podem sofrer durante a fase da negação.
Também é interessante notar como Link se encontra na rígida e incrustada forma de Deku durante esse período que representa a negação, o que pode reforçar ainda mais a ideia de distanciamento da realidade, já que todos os personagens, quando abordados nesse momento, o tratam como alguém que não pertence àquele lugar.

Como um símbolo de superação da negação após a recuperação da Ocarina, Link aprende a Song of Healing, que não só o liberta da encolhida e desconexa forma de Deku mas que também servirá de reconforto espiritual para todos os outros arrependimentos que Link virá a encontrar. Livre da primeira “máscara” e da primeira fase da dor, ele finalmente se vê livre para continuar em frente em sua aventura pessoal.

A Raiva de Woodfall

Quando o indivíduo percebe que é impossível negar os acontecimentos para sempre, compreende-se que começa a fase da raiva, na qual são expressados sentimentos negativos diante de tudo aquilo que está acontecendo. Revolta, ressentimento e inveja são sinais de uma pessoa que passa por essa fase, e Southern Swamp, a área que delimita Woods of Mystery, Deku Palace e o primeiro desafio do jogo, Woodfall, parece ser baseada fortemente nessas emoções.

Cegado pela ira, o Rei Deku não está disposto a conversar até que possa ver sua filha novamente.
A maioria das personagens dessa região parecem ser apoiadas nessa ideia. Desde quando encontramos Koume incapacitada na Woods of Mystery, furiosa com a audácia de Skull Kid, passando pela cólera cega de Deku King em culpar um inocente pelo rapto de sua filha sem ter nenhuma prova e chegando até mesmo à sutil mas presente prova das tóxicas águas do pântano que machucarão Link até que ele derrote o furioso e frenético Odolwa em Woodfall Temple, todos os elementos da região de Woodfall parecem reforçar a teoria da segunda fase da dor. Similarmente, ao invés de se acalmar, reavaliar seus juízos e enviar tropas de busca atrás da princesa desaparecida, o Rei Deku não deixa de ser rancoroso com a situação até que Link solucione o caso.

Até mesmo Odolwa, o chefe da região de Woodfall, carrega uma expressão furiosa com seus olhos avermelhados.
Ao derrotar a possível personificação da raiva, as águas do pântano se clareiam e se purificam, e o retorno da Princesa Deku ao palácio igualmente acalma os ânimos e reduz a irritabilidade da região. Alguns locais que contradizem a Raiva, como a Deku Shrine que abriga um Mordomo Deku sempre educado e paciente, são apenas acessíveis após da superação desses valores, com a conclusão de Woodfall Temple.

A Barganha de Snowhead

No terceiro estágio da dor, comumente nos vemos aflitos e desesperados, motivados  por uma esperança repentina de adiar ou reverter os efeitos da situação em que nos encontramos, por mais fútil que isso possa parecer de um ponto de vista externo. Esse estágio é conhecido como a fase da barganha ou da negociação.

Quando Link escala a gélida cordilheira de Snowhead, ele se depara com mais uma tragédia: a tribo dos Gorons encontra-se de luto pela morte do herói Goron Darmani. Um pouco de exploração permite que Link encontre, com a ajuda da Lens of Truth, o fantasma do arrependido líder, que, em inquietude, implora ajuda a Link e recorre a elementos fantasiosos como a “mágica” para voltar a vida e acudir seu povo.


Diferente de outras situações ao longo do jogo, a agonia de Darmani é carregada de dolorosas súplicas.
É possível vermos a barganha como uma segunda forma de negação, mas que, ao invés de ser impulsionada pela ignorância e pelo medo, é dirigida por uma esperança latente em pactos, acordos e promessas (muitas vezes religiosas). Nesse aspecto, similarmente como na forma Deku, a barganha pode ser representada pela rochosa e rígida “pele” que Link passa a ter na forma de Goron Link. Darmani, entretanto, só pôde conhecer sua paz que tanto buscava através da canção de ninar Goron’s Lullaby, que, de uma certa forma, representa a natureza mística que as devoções e esperanças da fase de barganha constantemente buscam.

No topo de Snowhead, Link tem a opção de enfrentar o touro mecânico Goht em sua nova forma de Goron. O modo com que lutamos com Goht, dando voltas constantes e intermináveis em busca de um final que não existe, pode representar uma analogia do esforço em vão em negociar e implorar para que as coisas voltem a ser como eram, o que pode ser evidenciado durante esse estado emocional.

A Depressão de Great Bay

O quarto estágio da dor se carateriza por um esgotamento das esperanças da terceira fase. A subsequente fase da depressão é onde o indivíduo começa, lentamente, a entender e aceitar a natureza imutável do seu destino ou do destino da situação que o envolve. Nessa fase, é muito comum passar por um isolamento e uma quebra de contato com o mundo externo, com um distanciamento e silêncio afetivo para todos a sua volta.
Continuando em sua aventura, Link encontra-se mais uma vez com a morte. Dessa vez, o guitarrista Zora Mikau, da banda The Indigo-Go’s, encontra-se gravemente debilitado por tentar resgatar os ovos de Zora de Lulu, a cantora da banda, com o intuito de fazê-la falar novamente a tempo da apresentação na noite do Carnaval.

A forte imagem que Lulu transmite com sua personagem é uma clara alusão à fase da depressão, já que, como uma mãe que perdeu seu filho, ela age com isolamento, distanciamento e silêncio diante das coisas que a rodeiam. O fato de os outros integrantes da banda nem notarem diferença quando Link assume a forma raquítica e anêmica de Zora Link e toma o lugar de Mikau parece redirecionar o foco dessa região ainda mais para o sofrimento e angústia silenciosas que Lulu enfrenta ao perder suas crias. Os tons azuis e frios da região de Zora Hall também auxiliam na ambientação depressiva e gélida dessa fase. No papel de Zora Link, imbuído no espírito de Mikau, Link deve, antes de rumar ao Great Bay Temple, retomar os esforços do falecido guitarrista em recuperar a voz — e possivelmente o ânimo — da cantora muda.

Até que seus ovos não sejam recuperados, Lulu permanecerá em um estado emocional distante e recluso.
A música que serve de salvação para Lulu, New Wave Bossa Nova, era uma canção tocada por sua própria mãe em tempos que ela era tão jovem que não se lembrava da melodia. A cantora então revela que os ovos foram postos a fim de recordá-la dessa música, numa representação de reconexão com o seu “eu” interior e fechamento aos eventos externos.

Os valores de reconexão e aprofundamento pessoal também podem ser evidenciados no sombrio templo de Great Bay Temple, onde todos os caminhos eventualmente levam para a profunda sala central, que é responsável pela ligação do resto da estrutura com a sala do chefe Gyorg. A escura, confusa e tenebrosa luta com o imenso peixe retoma outro sentimento característico e natural da fase da depressão: o medo.

A Aceitação de Ikana

Após encarar todos os outros estágios, o último passo da dor está em perceber, durante a fase da aceitação, que mais nada resta além de encarar a própria situação e aceitá-la como verdade ou, em outras palavras, aceitar-se como um indivíduo invariavelmente pertencente a esse destino.

Em Ikana Valley, temos a resposta que procuramos durante toda a jornada. Com a certeza de que Navi não poderá mais ser encontrada, e desprovido de qualquer outra distração que as outras regiões o impunha, resta a Link concentrar-se em si mesmo e em seu papel nessa busca interior. A terra dos mortos, vazia de vida e contando apenas com a presença de mortos-vivos, caveiras e sombras, reforça os esforços de realização pessoal interior do herói, que, dessa vez, também não se vê na necessidade de salvar alguma alma em desespero ou de vestir uma máscara: pela primeira vez, Link se vê livre para enfrentar seus próprios desafios internos, provido apenas com a experiência das fases que passou, na forma de máscaras.


Ikana nos traz uma região isolada e propõe que o foco seja redirecionado ao próprio protagonista.
Desde a batalha com os habilidosos Garo, oficialmente descritos como “o vazio coberto de sombras”, até o aprendizado da Elegy of Emptiness, que cria, nada mais, nada menos do que uma cópia vazia e sem vida de si mesmo, a maioria dos elementos de Ikana fazem alusão ao vazio que se passa a ter com a fase da aceitação. Quando usada durante uma transformação de uma das máscaras, aElegy of Emptiness resulta em uma casca superficial das fases que Link enfrentou durante sua jornada, como a forma rígida e protegida de Deku ou depressiva e fria de Zora.

As réplicas de Elegy of Emptiness demonstram a experiência que Link obteve ao concluir todos os estágios.
Link precisa constantemente usar o recurso de “cópias” para enfrentar os desafios impostos pelo Stone Tower Temple, nos dando a noção de reavaliação interna e pessoal diante de si mesmo e de tudo que passou constantemente. A forma como o templo vira de ponta cabeça nos indica que, mesmo dos pontos de vista pessimistas das outras fases, a busca pessoal de Link eventualmente chegará à aceitação representada pela Giant’s Mask, que o torna imenso junto à sua vitória sobre sua própria mente.

O Sofrimento de Skull Kid

Aceitando a eterna perda de Navi e perdoando-se pelo seus erros, o que resta a Link é resolver o atual problema — a queda da lua — de sua própria maneira. Não por coincidência, ele só consegue realizar isso com sucesso ao passar pelos cinco estágios da dor e emergir vitorioso da fase da Aceitação.
Descobrimos, através das histórias da avó de Anju, que Skull Kid também passou por uma imensa perda com a ausência dos seus quatro colegas gigantes, e a Máscara de Majora parece canalizar esse sentimento de culpa ao transformar Termina em um palco vivo de todas as representações das fases da dor. É através desse sentimento que Majora também pode tomar uma forma física ao transportar ela mesma e Link para uma dimensão psicológica onde a aceitação do herói será provada.

O cenário mais belo e sereno do jogo só pode ser visitado justamente quando a aceitação é atingida.
As perguntas introspectivas das “crianças lunares” encontradas nessa dimensão, cada uma representando uma fase por suas máscaras, reafirmam as dúvidas que se têm durante cada uma delas. Goht, o símbolo da barganha, pergunta “What makes you happy… does it make… others happy, too? “ (“O que te faz feliz… também faz… os outros felizes?”) numa alusão à esperança de perdão alheio, enquanto Twinmold, o chefe de Stone Tower Temple que representa a aceitação, indaga “The face under the mask… Is that… your true face?” (“O rosto debaixo da máscara… é este… o seu verdadeiro rosto?”), retomando os valores de autoavaliação da fase de aceitação.

Ao serem finalmente confrontados por Link, tendo como prova de sua superação as máscaras que ele deve abdicar, esses seres concedem-no a Fierce Deity’s Mask, que tem por descrição ser fruto do “mérito de todas as outras máscaras”. Representando toda a maturidade e esclarecimento adquiridos em sua jornada até a superação da dor, a máscara de Fierce Deity concede uma imensa e sobrenatural força à Link diante da ameaça de Majora, representada como uma das crianças lunares, ainda cheia de arrependimento e de dúvidas.

Em contraste com a forma madura de Fierce Deity, a Máscara de Majora ainda "vive" sob uma figura infantil e inocente.

Passamos a compreender que, mesmo sendo introduzido como uma jornada em busca de Navi, Link nunca mais irá encontrá-la, apesar disso não importar mais, já que, nessa altura, ele passou a aceitar isso. Fora de sua própria amargura representada pela Majora’s Mask, também vemos Skull Kid em paz ao se reconciliar com seus velhos amigos.

As últimas palavras de Happy Mask Salesman também fazem referência à "perda" e a proporção que ela pode tomar.
Se a jornada de Link começou com uma desesperada busca de uma amizade perdida, no final temos Tatl nos esclarecendo: Well, both of us have gotten what we were after… (“Bem, ambos de nós encontramos o que procurávamos, afinal…”). De jeito enigmático, a fada simplesmente nos dá a dica de que, mesmo sem retomar sua grande amizade, Link já se encontra em paz consigo mesmo ao fazer, no lugar dela, um novo amigo: o próprio Skull Kid.